sábado, 8 de março de 2014

Para vós, mulheres

Dizia Oscar Niemeyer que “não há nada mais importante que a mulher, o resto é bobagem”. Nietzsche escreveu que “a mulher foi o segundo erro de Deus”, sendo o primeiro erro o homem. À partida esta frase do filósofo alemão parece insultuosa para com as criaturas mais belas deste planeta. Mas não é: Niezche assume que o primeiro erro foi o homem, porque o homem é errático quando comparado com a beleza feminina. É errático e profundamente vazio de sentido. Marcel Proust suplicou: “Deixemos as mulheres bonitas para os homens sem imaginação”. E com isto busco uma frase de Camus n’ O Mito de Sísifo “Do amor só conheço esta mistura de desejo, de ternura e de inteligência que me liga a um determinado ser”. Só esta tríade permite definir uma pessoa, neste caso, uma mulher. Nada mais aqui se pode acrescentar. Mas a mulher na vertente familiar é um pilar fundamental. A mulher é a imagem da segurança carinhosa, do amparo rigoroso, se quisermos até do amor atento. É a profunda convicção e a prova provada de que é possível amar, compreender e ter um lado mais severo, que observa, critica, e ajuda a resolver. 


A mulher é exactamente isso. E isso também a diferencia do homem que é muito mais castigador do que apaziguador e muito menos afável e mais rigoroso até ao limite do razoável, muitas vezes. E depois o fascinante na mulher é o lado místico, aquela coisa de nunca sabermos o que estão a pensar. Uma amizade feminina, para mim, é fundamentalmente baseada nesta coisa quase intrínseca ao ser humano chamada cumplicidade. É complicado haver entre rapazes a ligação que se cria entre um amigo e uma amiga, aquele elo de ligação, quase que se lhe pode chamar uma complementaridade, com tudo o que isso acarreta de bom e de mau. Ser amigo de uma mulher é basicamente ter noção de que haverá dias em que não se vai conseguir percebê-la de forma nenhuma mas em que temos a certeza de que vão ser dias óptimos na companhia de alguém que ouve, gosta de conversar e sobretudo gosta de partilhar da sua felicidade com o outro. É também aqui que a mulher faz diferença. 

Esta abertura de espírito, despegada de medos, de constrangimentos tão típicos do homem. A coisa de dizer: “Amo-te amigo” é facílimo ouvir dita por vós, caras amigas. E este amo-te é ainda mais sentido porque dito por vós que amam como ninguém. Esta é uma convicção que trago de há muito tempo, acho que a mulher ama mais do que o homem. Não deixa de ser curioso aliás que as pessoas que publicamente mais sofreram por amor sejam mulheres. Lembro assim de repente Amália, Piaf, a Princesa Diana… 
O amor e o sofrimento são femininos apesar das palavras serem masculinas. Lá está, até nisto há complementaridade. Porque só assim faz sentido, um não vive sem o outro. E aqui nada há de preconceituoso. Um filho não vive sem a presença da mãe (se não for fisicamente, nos valores passados, nas memórias, nas lembranças), por exemplo. 

Não é necessariamente só e apenas o amor conjugal que entra nesta questão e que define este dia. Porque o amor nas suas multiplicidades (que são efectivamente reais) obriga a que homens e mulheres, mulheres e homens, estejam unidos, neste cenário, nesta tela, como queiram, a que todos insistem em chamar vida. Daí que o cineasta francês François Truffaut tenha escrito que “no amor as mulheres são profissionais e os homens amadores”







 Por isso, por serem fundamentais neste elo, vós, mulheres, tereis que fazer notar a vossa garra, determinação, e com o lado mais fraterno e apaixonado fazerem a diferença. A mulher mais marcante não é a que grita mais pelos seus direitos. É a que age. A mulher mais marcante não é a mais exibicionista. É a mais lutadora.

 



Feliz dia, por vós e por nós. Façam-nos o favor de continuarem autênticas na vossa multiplicidade de sensações e sentimentos. Só assim isto tem piada. O sal vem daí. Sejam felizes. E obrigado, muito obrigado por existirem.

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