Hoje (18 de Agosto) fui ao Porto! À parte de ter adorado a visita aos monumentos e às ruas “escuras” fiquei estupefacto com um facto que já conhecia. Eu explico melhor: ao tentar entrar na “mui nobre” e belíssima Igreja de São Francisco (que não entendo como não foi considerada uma das maravilhas de Portugal dado o seu traçado dourado, brilhante, luminoso, enfim esplêndido), percebi que era preciso pagar nada mais, nada menos do que 3,5€ por pessoa. Agora vou reformular o que disse acima: sim, agora percebo porque é que muitos portugueses não elegeram esta mais do que maravilha como uma das sete de Portugal. E agora percebo também porque é que o povo português é tão parco em visitas a monumentos e locais históricos. É por isso, somos simplesmente isto: sombrios, fora de “jogo”, nada conhecedores do que é nosso e do que o que os nossos antepassados construíram. Eu pergunto: como é que um desempregado (ou um casal, pior ainda) consegue ir visitar a Igreja de São Francisco? Pagam sete euros, visitam a Igreja (que vale por si) e depois um museu onde estão expostas relíquias religiosas, túmulos de pessoas ligadas à ordem franciscana e uma sala de visitas. Sete euros! Agora como é que podemos conhecer Portugal? E o grande problema é que não é só na Igreja da Ordem de São Francisco, é também na Torre dos Clérigos onde se pagam dois euros por pessoa… é em quase todo o país! Eu entendo que haja necessidade de rentabilizar as construções e o trabalho de restauração mas nesse caso porque não pedir ajuda estatal, um organismo que tem o dever de zelar pelo que é nosso? Ah já sei que o TGV está primeiro e o que o que os outros fizeram e lutaram por erguer já não interessa nada. Já sei que águas passadas não movem moinhos. Mas é com ditados destes que continuamos assim: cinzentos, sem luz, sem conhecimento.
Costumamos ouvir também na rua que os nossos jovens não se interessam por nada, grafitam tudo, danificam tudo, deixam os monumentos abandonados e que são uma “droga” impossível de curar. Eu sou jovem e gosto de visitar locais históricos e tive que pagar cinco euros e meio para visitar dois monumentos. Isto é viável? Eu sou uma carta fora do baralho (já que faço parte da juventude perdida) mas gosto de conhecer a História, e, por isso pago e não bufo… Os jovens já por si quase pensam exclusivamente no futuro e raramente conseguem achar nas paredes velhas, escuras, (e muitas vezes sujas) uma maneira de passar tempo e de conhecer algo novo. E por isso mesmo era neste público que se deveria “mexer”: é aos jovens que se tem de dar a oportunidade de conhecer a História, aquilo que nos caracteriza e que nos devia em várias fases da vida nos iluminar o quotidiano. A força e a coragem de ontem deviam ser aplicadas hoje quando achamos que “todos os ais são nossos”!
E já que nos gostamos de comparar com outros países para (ai como se chama?) criar um padrão de comparação, então porque não pensar em França nesta questão: em França há borlas a jovens, estudantes e excelente ideia entradas mais baratas (ou grátis mesmo) para desempregados!!
Já por cá… continuamos a bater com a cabeça na parede até que comece a doer…e mesmo assim…
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