quarta-feira, 11 de agosto de 2010

o ar está irrespirável...


Nesta altura em que escrevo este texto nada útil nem prático, estavam activos 60 incêndios, 10 distritos afectados. Por Viseu o ar é irrespirável. São Pedro do Sul que já matou uma jovem bombeira (jovem é eufemismo: 21 anos) é o ícone infelizmente do cenário de Verão neste ano: um fogo que começa arde durante 4 dias é extinto e depois reactiva-se. Já há quem peça penas mais pesadas para os indivíduos que são apanhados a atear o fogo. Lamento tanto que o parque da Peneda Gerês esteja a ficar destruído. Isto parece o fim… A Natureza todos sabemos que se renova, mas o sentimento das pessoas é realmente este: isto é o fim…

Tem que se fazer mesmo alguma coisa… Parece ser também só nesta altura do ano que se limpam as matas. Quem lê este blogue não imagina o tamanho de fetos e ervas que encontrei num pinhal aqui na minha aldeia… E eu pergunto: A mata é de quem? E se começar ali um fogo? A questão é bastante complexa e traz riscos, consequências e um rasto de destruição, desanimo e falta de coragem para refazer a vida. Como é que um criador de gados que perde dezenas de cavalos consegue dar a volta por cima? Como é que um agricultor que perde uma data de oliveiras consegue refazer o seu negócio?

Não tenho mais nada a dizer: o tom cinzento que cobre o céu de Viseu diz tudo e inunda-nos o espírito de cinzento, porque é só isso que o fogo traz: cinzento, tristeza, morte… apetece-me dizer: o ar está irrespirável. Cheira a morte, cheira a fim…

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