quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Esta Lisboa que eu amo

(Escrevi este texto no dia 25 de Julho de 2012, um dia antes de "deixar" Lisboa rumo a Viseu por ocasião do fim da minha licenciatura)

Amanhã vai ser um dia de emoções. Um daqueles dias em que nada parecerá normal. Querida Lisboa é chegada a altura de seguir outro rumo. Levo de ti tantas memórias tantas recordações. Deus tem sido justo demais comigo. Consegui com a ajuda Dele entrar no curso que sempre desejei, na escola que sempre pretendi, conhecer amigos que jamais imaginaria conhecer, inimigos que ainda foram piores do que o que imaginei (e ainda bem, é um ponto positivo porque consegui sair mais forte), colhi as maiores alegrias, chorei nas maiores tristezas, fui feliz e triste, num misto de sensações próprias de mim, como Tu sabes. Tu, Deus e esta Vida minha. Sigo aquela máxima de que se a Vida não tiver altos e baixos, é sinal que algo terminou. Pois, exactamente: ela própria.

De Lisboa levo tanto e guardarei tudo.  Levo os sorrisos das gentes de Alfama, o verde de Monsanto, a doçura de Belém, os pregões da Ribeira, o amor ao Fado da Mouraria, a agitação do Bairro Alto,  o "amarelo da Carris", a calmia tão boa de Benfica, a interculturalidade da Baixa, a arte sacra da Sé, os milagres de Santo António, o cheiro a sardinhas, a imensidão dos miradouros, a emoção e a glória do Estádio da Luz.

Parte de mim, velha Lisboa, repousará e vai ficar eternamente contigo. Ao ler Pessoa, ao ouvir Amália e Marceneiro, vais sentir sempre que estarei em pensamento contigo. Nesta ligação tão especial, tão vibrante nada em mim me fará esquecer-te. Hoje, a poucas horas de te deixar, consigo apenas dizer-te isto: Saudade.

E muito mais fica comigo. E contigo. E não vale a pena dizer. Nem consigo, aliás. É só nosso. Numquam oblivisci. Até um dia destes, quando o destino nos voltar a juntar..

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