segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

uma geração de rascas (que estão à rasca)

Escrevo nervosamente este texto. Realmente escrever sobre uma geração como a minha, a seguinte e a que aí vem, é complexo. Muito complexo. Mas é fácil, ou não...

Bem, há que começar por dizer que esta geração é a mais bem preparada de sempre (academicamente) e sofre hora a hora a rejeição do tipo "ah és mestre nisto? então esquece, não dá". A entidade empregadora está cada vez mais decidida em nos barrar as portas. E porquê?
Primeira explicação: imoralidade de quem emprega;
Segunda explicação: Incapacidade de empregar muitas pessoas sobretudo com cursos superiores;
Terceira explicação: falta de conhecimento técnico por parte de muitos licenciados;
Quarta Explicação e a fundamental: Falta, muita falta de capacidade mobilizadora da geração "à rasca". E continuaremos assim "rascas" durante muito tempo. E aqui é que se deve fixar o ponto "p" desta matéria: os reformados sofrem cortes e cortes nas reformas.. onde estão os jovens? os desempregados continuam a receber misérias... ond estão os jovens? Pessoas com 40 anos na rua.. onde páram os jovens?

Seremos um movimento ou uma sociedade? Digam-me? Teremos capacidade de nos unir e protestar por aquele, o Zé, sim aquele que recebe uma porra de uma reforma de 200 euros e que vai pagar serviços médicos se não for urgente? Teremos nós humanidade de espírito para perceber que só todos juntos é que conseguiremos?

Desta forma somos mesmo "rascas" de humanidade "rascas" de solidariedade, "rascas" de conseguir perceber quem não é jovem, capacidade de olhar o outro, frontalidade e seremos prós em egoísmo, comodismo, orgulho, passividade quando não nos interessa, fracos de espírito, incapazes de ser os jovens no melhor sentido da palavra: pessoas novas, com sangue novo que permita renovar isto tudo. Agora, não se manifestem só por nós: há tanta, tanta gente que precisa ser representada.. E nós se não os representarmos também um dia não teremos representação. Somos mesmo rasca...

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

recomeçar

Bem, fiquei em choque quando soube da morte de uma jovem, uma jovem (repito) de 15 anos em Viseu (quase 16 dizem alguns, não interessa!). Realmente ficamos estupefactos mas os mais novos também partem e isto chama-se vida. Claro está que o mais correcto ou como muitos chamam "lei da vida" é os mais velhos irem primeiro. Mas as regras têm excepções. Dirão que o que para já escrevi é demasiado "frio". E é, reconheço.
Mas quando reflicto melhor há que dizer uma simples palavra: aproveitar. Aproveitar tudo quanto nos é oferecido. Nós por cá queixamo-nos de tudo: é uma chuva forte que já é um temporal, é um sol de 30 graus e "ai quero o Inverno", é um autocarro perdido e "vou já dizer à direcção que o motorista foi mais cedo do que o que devia", o patrão pede uma hora extraordinária "ah e vou-me manifestar", não gosto daquela porque tem sardas e "sai-me daqui que és feia". Pá, aproveitem a vida. Todos temos direito a ela, logo temos mais é que a aproveitar, e isso é lógico, é a lógica da vida, se quiserem.

Nada mais fácil do que agradecer tudo o que temos: a família (por mais pequena que seja), os amigos (por mais chatices que tenhamos), a escola (por mais secante que seja o professor de Estatístico-Prática, sei lá), a chuva, o sol, a neve, os autocarros, os dias, as pessoas!
Não deixem nada por fazer em prol do outro: nem que seja dizer: "vais à papelaria? Não é preciso ires que eu imprimo por ti", "Não consegues fazer? Eu ajudo-te", "Então, força para a próxima consegues", ou simplesmente "Bom dia, então como estás amigo(a)?". É tão fácil sermos felizes. E, se algo acontecer estamos bem connosco porque enquanto quem partiu cá esteve fizemos de tudo, de tudo mesmo para que ele(a) se sentisse minimamente feliz. E a vida ela própria já nos prega partidas, quanto mais nós encarregarmo-nos nós de colocar obstáculos ao outro.

Força aos amigos e família, Deus ou algo de força superior vos ajudará. Mas, tudo se tornará mais simples, mais fácil se os que cá estamos nos ajudarmos uns aos outros. Era tudo tão mais interessante, não era?

Um dia respondam...

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

tanto tempo depois

Estou de volta. E que volta que deu este país em menos de dois meses. Não, não me vou pôr aqui em tom saudosista (até porque esses temas não merecem saudade), mas estou sempre vigilante (não fosse esse o meu nome nesta blogosfera). Não me sinto um bloger, nunca senti, nem quero. Sou uma pessoa que aqui escreve o que sente e o que lhe deixa um nó na garganta.

Olhem por exemplo: repugna-me o caso da senhora que morreu e nove anos depois foi encontrada inumanamente. E porque é que foi descoberta? Porque o fisco decidiu leiloar a casa que a senhora falecida não conseguiu pagar porque a Ann Germain ainda não permite que os mortos paguem as contribuições. Ainda não se consegue fazer isso, mas quem sabe um dia... Mas agora a sério: é ridículo. A vertente cobradora e interesseira deste Estado nada social mostra-nos que claramente nós não somos pessoas somos números. Eu não sou o Carlos, a senhora da minha rua não é a D. Esmeralda, o Sr. Rui não é o senhor rui. Somos 3 indivíduos que por sinal têm diferenças etárias, de género. É só isso que interessa. E onde está a segurança social? Sim aquela coisa que era suposto proteger-nos até à morte qual anjo da guarda saído de S. Bento? Isto deixa-me assim, o que querem? Não dá para mais. Obrigado e até logo, mais um tema nascerá para conversa. E que seja um tema bom, sem pérolas à lá tuga!