segunda-feira, 26 de abril de 2010

O 25 de Abril

Hoje não estou nos meus dias para escrever.. mas apetece-me, sinto que tenho que o fazer, não sei porquê..

Ontem foi dia 25 de Abril, o dia das liberdades.. o dia em que o sol entrou por umas nuvens que teimavam em não desaparecer.. e hoje 36 anos depois da linda "Grândola" ou da ainda maior "E depois do Adeus", a nuvem vai pairando.. não tão escura e perturbante, mas sempre forte..

A liberdade de informação é uma utopia, a intervenção das pessoas na política uma miragem, a corrupção do Estado uma certeza, a insegurança uma constatação, e o povo português, bem esse sempre à sua maneira, sempre triste, sem voz, desesperado, sem rumo, ao sabor do vento, vivendo sempre tipo sanguessuga, um povo sem mentalidade futurista, vanguardista, um povo crente num Deus irreal, num Deus distante. Este é um povo que esqueceu os reais valores de Abril..

Bom e aqui as culpas podem ser atiradas para vários órgãos, mas um deles não pode fugir do próprio interior da pessoa, do próprio espírito.. porque cada um sabe o que quer, mas esse seu saber tem que, para um convívio digno, se adaptar à sociedade, para que no somatório de um mais um dê dois e não um vírgula tal...

A sociedade do 26 de Abril está tão perdida neste inverno rigoroso de valores anti-abril, que mais tarde ou mais cedo algo acontecerá (para bem ou para mal) que nos torne então alertas, vigilantes, mas aí talvez seja tarde e nessa altura, Abril já não volta...

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