segunda-feira, 26 de abril de 2010

Benfica

E parece tudo bem encaminhado para que o benfica conquiste mais um título nesta época.. só falta um pontinho

O 25 de Abril

Hoje não estou nos meus dias para escrever.. mas apetece-me, sinto que tenho que o fazer, não sei porquê..

Ontem foi dia 25 de Abril, o dia das liberdades.. o dia em que o sol entrou por umas nuvens que teimavam em não desaparecer.. e hoje 36 anos depois da linda "Grândola" ou da ainda maior "E depois do Adeus", a nuvem vai pairando.. não tão escura e perturbante, mas sempre forte..

A liberdade de informação é uma utopia, a intervenção das pessoas na política uma miragem, a corrupção do Estado uma certeza, a insegurança uma constatação, e o povo português, bem esse sempre à sua maneira, sempre triste, sem voz, desesperado, sem rumo, ao sabor do vento, vivendo sempre tipo sanguessuga, um povo sem mentalidade futurista, vanguardista, um povo crente num Deus irreal, num Deus distante. Este é um povo que esqueceu os reais valores de Abril..

Bom e aqui as culpas podem ser atiradas para vários órgãos, mas um deles não pode fugir do próprio interior da pessoa, do próprio espírito.. porque cada um sabe o que quer, mas esse seu saber tem que, para um convívio digno, se adaptar à sociedade, para que no somatório de um mais um dê dois e não um vírgula tal...

A sociedade do 26 de Abril está tão perdida neste inverno rigoroso de valores anti-abril, que mais tarde ou mais cedo algo acontecerá (para bem ou para mal) que nos torne então alertas, vigilantes, mas aí talvez seja tarde e nessa altura, Abril já não volta...

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Lembrar Vergílio...

"A saudade não está na distância das coisas, mas numa súbita fractura de nós, num quebrar de alma em que todas as coisas se afundam" - Vergílio Ferreira (1916-1996)

Salários de Gestores

Nestes últimos dias temos assistido ao lançar de bitaites (admito que o que vá dizer também o seja) sobre os salários ou melhor os prémios que os gestores de grandes empresas públicas ou participadas pelo estado recebem.

Para uns estes salários devem-se ao esforço e dedicação à empresa, mas para outros estes salários são uma vergonha num país como o nosso. Os primeiros dizem que neste país não se valoriza quem quer subir na vida; os segundos normalmente apelidados de "bandeiras vermelhas".

Bom por fim a minha opinião. Exemplificando com o caso do Dr. António Mexia é absolutamente preocupante e até moralmente inaceitável que hoje, nesta situação, neste país à beira-mar plantado, sem destino agradável à vista, sem nenhum D. Sebastião a erguer nenhuma espada, nós, humildes portugueses, assistamos a estas "recompensas". Sinceramente (e sem sombra de comparação)isto faz-me lembrar aqueles miúdos que quando a avó lhes dá um euro por a ajudarem numa tarefa pedem mais porque acham que trabalharam muito e que o outro neto (o Zé por exemplo) também recebeu e os amigos dele acham que se deve receber mais quando se trabalha mais.. Sinceramente esta treta das assembleias gerais é ridícula: obviamente que o pedido do Estado não iria ser aceite.

E quando eu ouço o argumento do "bota abaixismo" puxo a minha veia comunista, ou melhor, corrigindo agarro a minha veia de ser humano no sentido literal da palavra, e digo então e o simples trabalhador? Alguém lhe dá mais porque ele trabalhou mais? Vá eu sei que tem que haver distinção salarial porque isso diferencia o esforço escolar (se bem que houve pessoas que não conseguiram estudar porque simplesmente nao podiam), mas porquê tanta diferença?? A sério como é possível haver este grau de discrepância?? Na Alemanha a diferença entre quem ganha mais e quem ganha menos é quase dez vezes menor do que em Portugal..

O merecimento de alguém porque fez algo é sempre muito discutível e neste país onde reina a injustiça social, o marasmo económico (e admito até social), parece muito discutível haver verdadeiros senhores feudais que levam para casa aquilo que ninguém consegue arrecadar nem que vivesse até aos 130. A vida é assim...

Será que podíamos viver sem estas injustiças? Poder até podíamos, mas para muito boa gente... já não era a mesma coisa...